Como eu estou?

Talvez alguém tenha curiosidade em saber sobre como eu me sinto. Sempre que me perguntam como eu estou, eu hesito. Eu paro, acuada, incapaz de pensar numa resposta e recorro ao simples “Eu estou bem”.

E eu estou bem? Isso eu não sei dizer.

Eu passo a maior parte do tempo com sentimentos que são difíceis de serem definidos. Aí, vem a espiritualidade e me diz: “Você só precisa sentir”. E, nesse sentir, eu me perco e me pergunto por quanto tempo eu ainda preciso sentir, porque eu estou humana e tudo o que eu quero é uma resposta direta. Mas esta nunca vem.

Não, esse não é um movimento esteticamente agradável de se ver e viver. Para haver o reencontro com a Essência, nós passamos por muitos processos de reconstrução e é aqui que eu estou nesse momento. Perdida.

Ao longo do ano, eu fui sendo desconstruída. Eu sinto que, aos poucos, tudo o que eu achava que sabia, conhecia, sentia, foi sendo apagado – ressignificado, uns diriam –, mas eu sinto que eu me perdi. Eu sinto que eu perdi tudo o que eu era. Eu fui zerada (talvez não ainda, mas esse é o objetivo, me parece).

Nesse momento o meu ego grita pedindo socorro. Ele não sabe o que fazer. A única coisa que eu posso fazer por ele é lhe dar a minha mão (do Eu Superior que vem auxiliar) e dizer que tudo vai ficar bem. Se eu acredito nisso? Em alguns níveis eu ainda duvido, mas, no final, a escolha é entre ir e voltar. E voltar não é mais possível, seguir é a única resposta, então eu preciso acreditar que algo vai mudar. E assim, na dúvida, eu sigo.

É, esse é um processo percebido como inseguro e é aqui que moram a ansiedade, o medo, a confusão… É aqui que todos os gatilhos são revelados e reverberam insistentemente e você, que achava que já tinha feito algum progresso, descobre que voltou ao ponto inicial.

E quantas vezes eu voltei ao ponto inicial! Quantas vezes eu revisitei o mesmo sentimento… Mas quando você se permite passar pelo processo e sentir, você descobre que não, você não voltou ao ponto inicial. Sim, você precisa tornar àquele sentimento que você carrega sabe-se lá há quanto tempo (existências). No entanto, a cada novo retorno, a percepção do ego é menos intensa e a resposta ao gatilho é mais rápida. Você percebe o sentimento, reconhece que ele serviu em um determinado momento, entretanto agora você quer fazer diferente. E assim, a partir do reconhecimento, você segue. E então percebe que o processo não é circular, é uma espiral ascendente.

Há muito para ser falado sobre esse assunto, mas o que eu sinto que precisava chegar hoje, chegou. Se você também se sente perdido, bem-vindo ao grupo! É bem desconfortável aqui, mas precisamos sempre agradecer por estar nele. Lembre-se sempre de que o ego não é o vilão! O que eu quero dizer com isso? Se você sentir algo que não “acha bonito”, receba com amor, porque, se você percebeu, já está no caminho de integração com seu Eu Superior. O seu objetivo é somente aprender e contribuir para a expansão da Consciência que o criou. Você é lindo e perfeito do jeito que é. Você tem tudo o que a sua Essência precisava que você tivesse, para que algo fosse experienciado. E lembre-se de olhar os irmãos à sua volta da mesma maneira. O sentimento percebido em relação às atitudes deles é seu! Eles também estão aqui para aprender e vivenciar alguma lição. Leve esse entendimento para a sua vida, e ela há de ficar mais leve!

Abraços e até mais. ❤️

02 de dezembro – 20h33

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